sábado, 23 de maio de 2009

Após o estudo dos aspectos históricos da língua grega usada do tempo de Jesus, passamos a apresentar aspectos geográficos da transmissão dos textos.

II. DISTRIBUIÇÃO DOS TEXTOS E OS CENTROS DE REPRODUÇÃO
As cópias dos manuscritos foram enviadas dos centros de produçao para diversos locais. Foram centros de distribuição:
Roma
Constantinopla
Antioquia da Síria
Cesaréia
Cartago
Alexandria
Éfeso



III. TEORIA GENEALÓGICA DE WESTCOTT E DE HORT


Dois estudiosos ingleses Brooke Foss Westcott e Fenton John Anthony Hort (Westcott-Hort), em1881 publicaram o “The New Testament in the Original Greek”.Utilizaram manuscritos descobertos mais recentemente para a formulação da teoria textual que revolucionou a crítica textual do Novo Testamento conhecida por “Teoria de Westcott e de Hort”.

Tipos de textos
Alexandrino -Considerado o mais fiel dos manuscritos originais.
Bizantino -Caracterizado pela harmonização das passagens entre os evangelhos e o uso polido da linguagem. Da quantidade dos manuscritos de tradução textual bizantina vêm o Texto Textus Receptus (ou Texto Recebido).
Ocidental -Faz o uso de muitas paráfrases. É considerado o mais liberal.
Cesarense -Faz o uso da linguagem entre o Ocidental e o Alexandrino.


Durante os séculos XIX e XX surgiu uma outra base do Novo Testamento Grego para traduções do Novo Testamento, o Texto Crítico.

IV. ESTRUTURA LITERÁRIA NO EVANGELHO DE JOÃO No Evangelho de João pode-se evidenciar a divisão do texto em função das seis festas litúrgicas. O semitismo Joanino é notado através de uso de paralelismos, inclusões, parataxes, uso de verbos característicos da expressão hebraica. O fundamento linguístico de João, ainda que o escrito seja grego, é essencialmente o hebraico. O estilo simples, a profundidade teológica, a ênfase na divindade de Deus, o simbolismo e a abordagem apologética ao gnosticismo dos primeiros séculos e que ainda hoje a igreja enfrenta estimula o estudo do Evangelho de João. João apresenta o progresso da história culminando com a vinda, morte e ressurreição do Messias, cuja missão é revelar aos homens, através da transcendência e preexistência de Jesus, as riquezas da vida, do amor e da paz de Elohîms. O Messias encarnado é a resposta de Deus a um mundo desesperançado.

domingo, 17 de maio de 2009


Contextualizando 1 – Pilatos fala aos judeus - João 18: 28 - 29



28 Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era cedo de manhã. Eles não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa.
29 Então, Pilatos saiu para lhes falar e lhes disse: Que acusação trazeis contra este homem?

28 Ἄγουσιν οὖν τὸν Ἰησοῦν ἀπὸ τοῦ Καϊάφα εἰς τὸ πραιτώριον· ἦν δὲ πρωΐ· καὶ αὐτοὶ οὐκ εἰσῆλθον εἰς τὸ πραιτώριον, ἵνα µὴ µιανθῶσιν ἀλλὰ φάγωσιν τὸ πάσχα.
29 ἐξῆλθεν οὖν ὁ Πιλᾶτος ἔξω πρὸς αὐτοὺς καὶ φησίν, Τίνα κατηγορίαν φέρετε κατὰ τοῦ ἀνθρώπου τούτου;

O texto acima faz parte da História cristã. Assim, estamos iniciando o estudo do Koinê abordando os aspectos históricos da língua.

I. HISTÓRIA DA LÍNGUA GREGA - KOINÊA importância do texto está na veracidade dos personagens encontrados. Negar a existência deles é negar a História.
O diálogo ocorreu no tempo e no local. O desdobramento mudou a História do homem. Este diálogo está registrado em uma língua, a língua grega. Conhecer a História dessa língua é, também, conhecer parte da nossa história.

· A língua grega data de 1500 anos a.C distribuídos em 5 períodos:
1. Formativo – De 1500 a 900 a.C;
2. Período Clássico – De 900 a 330 a.C. Nesse período aconteceram as conquistas de Alexandre;
3. Período do Koinê – De 330 a.C a 330 d.C – Nesta faixa de tempo a língua grega alcançou o mundo da época e tornou-se a fonte do grego do Novo Testamento.

· A universalidade do koinê foi ocasionada por fatos históricos, como:

a) Conquista grega;
b) Colonização grega;
c) Integração mercantil e política;
d) Interação religiosa entre as tribos gregas;
e) As conquistas de Alexandre.

4. Período Bizantino – De 330 d.C a 1453. Nesse período aconteceram a queda de Constantinopla e a divisão do Império Romano em Oriental e Ocidental;
5. Período Moderno – De 1453 até os dias atuais.


O grego usado no Novo Testamento foi o idioma utilizado no Império Romano. A palavra Koinê é a forma feminina de “koinós”. Koinê significa “comum” a todo o povo. Não foi uma língua sagrada. É também chamado de helenístico por resultar da helenização iniciada por Alexandre.
Como produto social da comunidade de falantes de uma época, o koinê apresenta convenções adotadas ao exercício da língua através das palavras comuns nos diálogos – desempenho. A exposição de Pilatos que encontramos no texto é compreensível – competência .
O sistema regras, a gramática, permite colocar em palavras os pensamentos de uma pessoa e passam a fazer parte do pensamento de uma outra pessoa.
O conjunto dos símbolos e das regras da gramática são interprteados através de orações concretizadas por sistemas: o fonológico – sons; o sintáticos - ordenação e concatenação dos símbolos; e o semântico -o significado. No texto “Pilatos fala aos judeus”, as palavras de Pilatos foram compreendidas pelos ouvintes da época e pelos leitores de hoje?
A língua koinê, a cultura Greco-romana e o ambiente humano, de maneira interdependentes ocorreram e interagiram canalizando o pensamento de uma época. Esse pensamento foi registrado por inspiração divina e faz parte dos textos manauscritos do Novo Testamento.
O texto escrito com a própria mão do escritor é chamado “autógrafo”. Os autógrafos desapareceram ao longo do tempo. As cópias desses documentos históricos chegaram até os dias de hoje.
Os manuscritos (mm) em papiros - de origem vegetal, os unciais nos pergaminhos – de origem animal, os minúsculos e os lecionários - usados no calendário litúrgico, diferenciavam-se de acordo com os locais da produção.
As cópias dos autógrafos expalharam-se. Grandes centros passaram a reproduzí-los vindo a constituir o texto recebido – “Textus receptus”.